Raul Seixas e “O Trem das Sete”: Uma Jornada Mística pelo Sertão Brasileiro
A Profundidade Oculta de um Clássico do Rock Nacional

Lançada em 1974 no álbum Gita, a canção “O Trem das Sete” de Raul Seixas é frequentemente lembrada por sua melodia envolvente e letra aparentemente simples. No entanto, uma análise mais aprofundada revela camadas de significado que transcendem a superfície, incorporando elementos de espiritualidade, crítica social e ocultismo.
O Trem como Símbolo de Transição e Esperança

Raul Seixas utilizou a imagem do trem como uma metáfora para a mudança e a passagem entre diferentes estados de existência. Em entrevista à Rádio Cultura AM em 1976, ele mencionou que suas experiências de infância viajando de trem pelo interior da Bahia influenciaram profundamente sua visão artística. O trem representa não apenas um meio de transporte, mas uma jornada espiritual rumo a um novo ciclo de vida.
O Significado Místico do Número Sete
O número sete possui conotações místicas em diversas culturas, simbolizando perfeição e totalidade. Na canção, o “trem das sete” pode ser interpretado como a última oportunidade de redenção ou transformação espiritual. Essa ideia é reforçada por referências bíblicas, como as sete trombetas do Apocalipse, sugerindo um chamado divino para a mudança.
A Dualidade entre Bem e Mal
A letra aborda a coexistência do bem e do mal, desafiando a visão maniqueísta tradicional. Frases como “Olhe o mal / Vem de braços e abraços / Com o bem / Num romance astral” indicam uma fusão entre forças opostas, refletindo influências do ocultismo e das religiões orientais que enfatizam a unidade e a interdependência de todas as coisas.
A Última Viagem do Sertão
O “último trem do sertão” simboliza a última chance de transformação para o Brasil profundo, representado pelo sertão. É uma metáfora para a necessidade de mudança espiritual e social, um convite para deixar para trás antigas estruturas e embarcar em uma nova jornada de consciência.
Coincidências e Profecias
Curiosamente, Raul Seixas faleceu em 21 de agosto de 1989, sendo encontrado morto pouco depois das sete da manhã, o mesmo horário mencionado na canção. Essa coincidência adiciona uma camada de mistério à música, levando alguns fãs a interpretá-la como uma profecia ou presságio.
Fonte: Adaptado de Whiplash.Net