Deep Purple lota o Parque Ibirapuera e mostra que o rock clássico não tem idade
Com mais de 75 anos, veteranos do hard rock entregam show poderoso no Best of Blues and Rock 2025

Nem mesmo o tempo — e tampouco as críticas — seguram o Deep Purple. De volta ao Brasil pela terceira vez em três anos, os britânicos encerraram a 12ª edição do Best of Blues and Rock, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, com um show impecável que deixou claro: o rock clássico segue mais vivo do que nunca.
Apesar de algumas reclamações sobre a frequência da banda no Brasil, os números falam por si. O país é o sétimo que mais recebeu apresentações do grupo, somando mais de 70 shows desde 1991. A apresentação de domingo (15) foi uma das apenas três datas globais da banda em 2025, já que os músicos estão tirando um raro período de descanso e trabalhando em um novo álbum previsto para 2026.
Experiência, carisma e potência no palco

Com quatro integrantes acima dos 75 anos, o Deep Purple mostrou uma vitalidade impressionante. Ian Gillan, que completa 80 em agosto, ajustou a voz ao tempo com inteligência e ainda arrisca agudos memoráveis. Ian Paice, aos 77, continua tocando bateria com precisão cirúrgica, mesmo após um AVC leve em 2016.
Roger Glover (baixo) e Don Airey (teclados) seguem firmes — o primeiro garantindo a base sonora do grupo, o segundo com sua simpatia e momentos solos divertidos (incluindo uma versão de “Aquarela do Brasil” e uma pausa para cerveja com uma nota sustentada por um minuto).
O guitarrista Simon McBride, o único abaixo dos 70, completa a formação com energia e técnica, mostrando-se plenamente integrado ao som e à história da banda.
Clássicos eternos e surpresas no setlist
O repertório mesclou hinos do hard rock com faixas mais recentes e até pouco conhecidas, agradando fãs nostálgicos e curiosos. A abertura com “Highway Star” foi seguida de faixas como “Hard Lovin’ Man”, “Lazy”, “Smoke on the Water” e a emocionada “When a Blind Man Cries”.
Uma das surpresas mais festejadas foi “Anya”, de 1993, que virou favorita dos brasileiros desde que entrou no setlist da banda em 2022. O encerramento, com a trinca “Hush”, “Black Night” e “Space Truckin’”, fechou com chave de ouro não apenas o show, mas todo o festival.
Um legado que se renova
O Deep Purple não se repete. Mesmo tocando músicas que têm mais de 50 anos, a banda segue encontrando novas formas de se conectar com o público — e o público brasileiro, em especial, sabe reconhecer essa entrega. Que venha 2026.
Fonte: Adaptado de cobertura original e registros do Best of Blues and Rock