Sindicato aceita aumento dos vales, mas cobra reajuste salarial; Executivo alega que serviços seguem funcionando normalmente
A greve dos servidores públicos municipais de São Sebastião, iniciada nesta quarta-feira (11), continua com força, e o impasse entre Prefeitura e Sindicato só aumenta. Em pronunciamento pelas redes sociais, o prefeito afirmou que entende a mobilização da categoria e que a Prefeitura enfrenta dificuldades financeiras, mas que teria decretado um reajuste nos benefícios dos servidores. No entanto, até o momento, o suposto decreto sequer foi apresentado ou enviado à Câmara Municipal para aprovação, como exige a legislação.
Reivindicações continuam: servidores querem reajuste real
O Sindicato dos Servidores Públicos confirmou que a proposta da Prefeitura previa reajuste de 100% no vale-alimentação (de R$ 495 para R$ 990 mensais) e de 25% no vale-refeição (de R$ 40 para R$ 50 por dia). Segundo a entidade, os servidores aceitaram os aumentos nos vales, mas a Campanha Salarial 2025 continuará até que haja também reajuste nos salários e nas demais pautas urgentes, como plano de carreira, revisão geral anual e valorização profissional.
Segundo o Sindserv, os benefícios concedidos atingem apenas parte dos trabalhadores: o vale-alimentação, por exemplo, contempla cerca de 35% dos servidores ativos e não é estendido aos aposentados. Já a revisão geral nos salários, defendida pela entidade, beneficiaria a totalidade da categoria e garantiria maior justiça social diante da inflação acumulada e das perdas dos últimos anos.
“Reajuste zero é inaceitável. A Prefeitura precisa cumprir o que determina a Constituição e garantir ao menos a reposição inflacionária”, declarou a presidente do sindicato, Angélica Garcia.
Prefeitura minimiza impacto e afirma que serviços seguem ativos
Questionada pelo Rock News sobre os efeitos da greve, a Prefeitura informou que os serviços públicos essenciais seguem funcionando normalmente. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estão abertas, e na educação houve apenas 10% de adesão entre funcionários e professores, segundo dados oficiais.
Por outro lado, o sindicato aponta que diversas unidades da cidade operam com equipe reduzida, sobretudo na zeladoria, serviços internos e apoio administrativo. A mobilização incluiu passeata pelas ruas do Centro e assembleia extraordinária, onde foi aprovada uma nova paralisação para o dia 14 de agosto, além de paralisações parciais semanais até lá.
A ausência de um decreto publicado oficialmente e a falta de avanço na pauta salarial mantêm o clima de tensão entre Executivo e servidores. O Sindserv cobra maior transparência da administração e afirma que segue aberto ao diálogo, mas reitera que a luta continua até que os direitos da categoria sejam efetivamente atendidos.
Fonte: Sindserv São Sebastião
Imagem destacada: Protesto em frente à Prefeitura durante greve dos servidores – Foto: Sindserv São Sebastião
