Proposta visa proteger tartaruga-de-pente, mas operadores náuticos e comunidades locais temem impactos socioeconômicos

O Governo do Estado de São Paulo anunciou a proposta de criação do Parque Estadual Marinho Tartaruga-de-Pente, no entorno da Ilha Anchieta, em Ubatuba, com o objetivo de proteger a tartaruga-de-pente, espécie criticamente ameaçada de extinção. O projeto está em fase de consulta pública e já provoca debate entre autoridades ambientais, comunidades tradicionais e o setor de turismo náutico.
Segundo a Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado, a região sofre pressão ambiental crescente, que já afeta a balneabilidade das praias e a pesca artesanal. A nova unidade de conservação busca regular o uso do espaço marinho e conter a degradação ecológica.
A Associação de Turismo Náutico de Ubatuba (ATNU) manifestou repúdio à proposta, alegando que o processo foi conduzido sem a devida participação do setor. A entidade também destaca que o parque se sobrepõe à Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Norte (APAMLN), onde já é permitido o uso sustentável dos recursos.
Durante audiência pública na Câmara Municipal de Ubatuba, representantes do turismo náutico e comunidades tradicionais expressaram preocupações com possíveis restrições à pesca e à navegação, além de impactos diretos sobre a economia local.
A Fundação Florestal esclarece que não haverá novas proibições para pescadores, pois o entorno da Ilha Anchieta já está interditado para pesca desde a década de 1980, por regulamentação federal.
A proposta ainda será debatida com diferentes setores antes de sua eventual implementação. A Fundação reforça que o objetivo é equilibrar conservação ambiental e desenvolvimento sustentável, com proteção da biodiversidade marinha e respeito à economia das comunidades costeiras.
Fonte: Governo do Estado de São Paulo / Fundação Florestal
Imagem: Reprodução / Ilhabela Drone