Israel intercepta barco com ajuda humanitária para Gaza com Greta Thunberg e brasileiro a bordo
Veleiro da Flotilha da Liberdade levava 12 ativistas e foi interceptado em águas internacionais

O governo de Israel interceptou e assumiu o controle do veleiro Madleen, da iniciativa internacional Flotilha da Liberdade, na madrugada desta segunda-feira (9), enquanto a embarcação se dirigia à Faixa de Gaza. A bordo, estavam 12 ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila.
Segundo os organizadores, o veleiro transportava alimentos, fórmula infantil, produtos de higiene, fraldas, kits médicos e até próteses infantis, em uma missão que também tinha caráter simbólico: chamar a atenção internacional para o bloqueio humanitário imposto por Israel ao enclave palestino.
Imagens mostram o momento em que militares israelenses ordenam aos ativistas que joguem os celulares ao mar. O grupo foi levado ao porto de Ashdod e, segundo autoridades, será deportado. Não houve confirmação oficial de prisão.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel acusou os ativistas de promoverem uma “encenação midiática” e classificou Greta Thunberg como “antissemita”. Já os organizadores da Flotilha denunciaram o que chamam de “sequestro em águas internacionais”.
O Itamaraty emitiu nota cobrando a libertação dos tripulantes e exigindo o fim das restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza. A ONU e governos como Turquia, Irã e a Autoridade Palestina também condenaram a ação israelense, enquanto o Hamas chamou a ação de “terrorismo de Estado”.
A interceptação revive memórias do caso do navio Mavi Marmara, em 2010, que resultou na morte de dez ativistas e tensão diplomática internacional. A nova missão humanitária pretendia romper simbolicamente o bloqueio, que impede a entrada de organizações de ajuda humanitária há meses.

Fonte: Agências de notícias internacionais
Imagem destacada: Veleiro Madleen sendo escoltado por militares israelenses – Foto: Freedom Flotilla Coalition/REUTERS