Editorial | O país dos sem-vergonha: quando a justiça pesa mais para uns do que para outros
Por Ricardo Severino

Em um país onde escrever com batom em uma estátua pode resultar em uma condenação severa, enquanto desvios bilionários no INSS passam impunes, questiona-se: que justiça é essa?
Prefeitos desviam milhões e têm suas contas aprovadas, enquanto um homem que rouba uma galinha para matar a fome é condenado a anos de prisão. Vivemos em um Brasil onde o roubo em grande escala é sinônimo de sucesso, e quem julga não pode ser julgado.
O povo, que trabalha de sol a sol, é esmagado por um sistema que o penaliza por qualquer deslize, enquanto os poderosos seguem impunes. A solução não está nas cortes, nem nas urnas viciadas, mas em um povo que acorde e perceba que os pequenos benefícios oferecidos por políticos são armadilhas que perpetuam a desigualdade.
O Brasil está sendo saqueado à luz do dia, e o que mais dói é saber que o enriquecimento de poucos vem do sofrimento de muitos. É um país de dois pesos e duas medidas, onde o povo trabalha para sustentar o roubo.
E assim seguimos, nesse ciclo vicioso, onde, mais uma vez, o poste mija no cachorro.
Fonte: Ricardo Severino
Imagem: Reprodução