Desaprovação ao governo Lula atinge 57% e bate novo recorde, aponta pesquisa Quaest
Cresce percepção negativa sobre rumos do país, apesar de melhora pontual na avaliação da economia

A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu para 57% em maio, segundo levantamento Genial/Quaest divulgado nesta quarta-feira (4/6). Trata-se do maior índice desde o início do terceiro mandato. A aprovação oscilou negativamente para 40%, mantendo-se no pior patamar da série histórica.
Na edição anterior da pesquisa, realizada em março, a desaprovação era de 56% e a aprovação, de 41%. A oscilação está dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Ainda assim, os números reforçam o desgaste gradual da imagem do governo junto à população.
Percepção negativa sobre rumos do país aumenta

Além da reprovação pessoal ao presidente, a percepção da população sobre os rumos do Brasil também se deteriorou. Para 61% dos entrevistados, o país está indo na direção errada — um salto de 11 pontos em relação a janeiro. Apenas 32% acreditam que o Brasil está na direção certa.
A avaliação negativa da gestão federal subiu para 43%, enquanto a positiva caiu para 26%. Já a avaliação regular ficou em 28%. Desde janeiro, a desaprovação subiu 8 pontos e a aprovação caiu 7.
Apoio recua em setores antes favoráveis
Pela primeira vez, a reprovação supera a aprovação entre os católicos (53% a 49%). Entre os evangélicos, que historicamente se mostram mais críticos ao presidente, a desaprovação se manteve alta, em 66%.
Outros dados chamam atenção: o governo é reprovado por 54% das mulheres, 47% das pessoas com até o ensino fundamental e 49% das que ganham até dois salários mínimos — todos registrando crescimento na desaprovação.
Reprovação é maioria em quase todas as regiões

Regionalmente, Lula mantém aprovação maior que desaprovação apenas no Nordeste (54% contra 44%). No Sudeste, a desaprovação chega a 64%, no Sul a 62% e no Centro-Oeste a 55%.
Economia melhora, mas escândalos pesam
Apesar do desgaste, houve leve melhora na percepção econômica: 48% acham que a economia piorou, contra 56% em março. Já 18% acreditam que melhorou e 30% que permaneceu igual.
Medidas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o novo Vale-Gás foram aprovadas por 45% e 49% dos entrevistados, respectivamente.
No entanto, escândalos como o das fraudes no INSS impactaram negativamente: 82% tomaram conhecimento do caso e 31% responsabilizam o atual governo. Metade dos entrevistados defende a abertura de uma CPI para investigar as fraudes.
Notícias negativas predominam
Segundo a Quaest, 50% dos entrevistados disseram ter visto mais notícias negativas do que positivas sobre o governo, e 51% afirmaram não ter visto nenhuma notícia positiva recente.
Na comparação com gestões anteriores, 56% acreditam que Lula 3 está pior do que seus dois primeiros mandatos. E 45% dizem que a atual gestão está aquém do que esperavam. Em relação ao governo anterior, de Jair Bolsonaro, 44% consideram que a situação piorou.
Fonte: Genial/Quaest